segunda-feira, 11 de agosto de 2008

CD "OUTROS TONS"

No próximo dia 23 de agosto, sábado, às 21 horas, no Teatro Municipal, acontecerá o lançamento do meu novo CD, "Outros Tons", mais um "filho" artístico que chega.
Como todos os filhos, este foi muito esperado, e nasceu de um parto laborioso, mas muito emocionante.
Contei, mais uma vez, com a participação de alguns dos maiores artistas da nossa cidade, que, não por coincidência, são meus amigos queridos: Kátia Virgínia, Gabmar Cavalcanti, Fidélia Cassandra, Beto Piller, Harlann Santos e Luciano Salsa.
O disco é produndamente temático.

O resumo é o seguinte:

“Outros Tons” é o nome da primeira música do CD, e reflete um novo momento do artista, que traz à discussão tema variados e por vezes polêmicos, embalados nas intenções metafóricas dos versos e dos acordes, que soam por vezes doces, por vezes desafiadores, exatamente como a vida o faz.

A seguir, a música “Minha Voz” elabora uma reflexão acerca das nossas vozes, dissonantes ou não, diante de toda a perplexidade que nos acompanha, ao nos sabermos sós e tão frágeis sobre o planeta Terra. A canção traz elementos da cultura latino-americana, que servem de leito para um poema extremamente metafórico, que nos leva às origens de nossa própria condição humana.

Depois, “Madalena”, uma pungente história de uma prostituta, que reflete a bíblica e as reais “pecadoras”, ora alvo da perseguição pela falsa moralidade social, ora endeusadas pelas pseudo-elites que infestam o vácuo de nossa incultura. Madalena pode ser uma vizinha, uma parente ou um símbolo, a quem se presta uma reverência, não por ser ícone, mas por ser pedaço de poeira das estrelas, como qualquer um de nós.

Na seqüência, o tango “Pobre de Ti” fala sobre a humanidade, envolta e simultaneamente dispersa na inquietude das suas incertezas. Fala da busca inclemente pelos sentidos da vida, muitas vezes apoiada nas religiões e crenças. Fala de um momento imaginário, quando a humanidade optou pela busca do sobrenatural, para tentar dar sentido ao que lhe é duramente “humano”, plenamente natural.

A próxima música é “Mãos”, uma reflexão sobre um dos mais complexos momentos de um tio: ver os seus sobrinhos crescerem, a aceitar que eles, antes pequenos filhotes, cresceram, e voarão para abandonar os ninhos, construídos pacientemente, com fios e tecidos de carinho e proteção. A música representa a intenção maior do CD, que é dedicado aos sobrinhos do compositor, na tentativa de deixar uma mensagem musical para que possa segui-los, até o final de seus dias.

O “Fado Brasileiro”, próxima canção, é uma referência à forma brutal com que nossos colonizadores chegaram ao Brasil, que já estava “descoberto” por tantos outros povos, antes de sua chegada. Fala sobre a relação perniciosa entre o império e sua colônia, sobre o marketing sócio-político-religioso que já existia na época, fala sobre a eterna exploração do forte sobre o fraco.

Depois, “Tempestades” é um convite a que se abram os olhos para as coisas simples da vida, como contemplar um céu, sentir a brisa do mar ou provar da doçura do mel. Reflete a elaboração do autor acerca da amizade, dos laços que unem os seres humanos, e que servem de apoio para que não se sinta, afinal, absolutamente abandonado sobre o planeta.

A inspiração árabe da música “Deserto” é um convite à reflexão sobre a questão milenar do conflito entre palestinos e israelenses. Surpreendentemente, a canção não levanta bandeiras para nenhum dos lados, mas oferece uma visão da ‘terra-mãe’, dando-lhe um fictício poder de protestar por tantas lutas, mortes e explosões, em nome de ter seu carinho. É um grito de uma mãe, vendo seus filhos se destruírem em seu nome.

Na música “A Fuga”, o autor elabora a questão dos desencontros, das buscas eternas, do que se estabelece como metas, e que terminam por se nos escorrerem pelos dedos, para que outras tantas metas surjam. Afinal, o sentido da vida parece se apoiar na elaboração diária de tais projetos, e não em algo implícito, contido no próprio ato de viver.

“Pensar no Rio” é uma manifestação de amor à cidade maravilhosa, que, a despeito do desrespeito institucional que a domina, como sede de organizações criminosas e terroristas, vem sobrevivendo a tudo, e continua sendo uma das mais aprazíveis, lindas e energéticas cidades do mundo.

A “Canção do Sono” questiona a postura passiva dos que dormem diante de tantos fatos da vida, importantes ou não. Traz a discussão sobre o “calar” diante da sofreguidão, das guerras, do desrespeito generalizado que nossa geração enfrenta, dos crimes contra crianças, da fome, da ganância dos poderosos. Tudo embalado num pseudocontexto de uma música romântica. Mas o significado, como diria a física quântica, depende dos olhos e dos ouvidos de quem recebe a informação.

Finalmente, “Quero Cantar” é uma confissão explícita de coragem, vinda de um pianista e compositor, que resolve colocar também sua voz a serviço das idéias em que acredita. O ritmo venezuelano reflete o pensamento utópico de união entre os povos sul-americanos, que deveriam, a exemplo dos europeus, usar a força de sua cultura e interesses comuns para cantar de forma uníssona, desafiando a previsibilidade de seu destino, traçado em outras terras.

Além das músicas, o CD traz também seis poemas: CONVITE, DESENCONTRO, ABANDONO, O AMOR, A MAIOR DOR e MINHA CASA.




O QUÊ: SHOW DE LANÇAMENTO DO CD “OUTROS TONS”, DO MÚSICO FÁBIO DANTAS.
QUANDO: SÁBADO, DIA 23 DE AGOSTO, ÀS 21 HORAS.
ONDE: NO TEATRO MUNICIPAL SEVERINO CABRAL (CAMPINA GRANDE).
ACESSO: CONVITES GRATUITOS (RETIRAR NA CULTURA INGLESA, A PARTIR DO DIA 18 DE AGOSTO, E NO TEATRO MUNICIPAL, NO DIA DO SHOW).
INFORMAÇÕES: CULTURA INGLESA - 3322-4658.