segunda-feira, 2 de abril de 2012

O Projeto VIVA ELIS nasceu dos filhos da saudosa cantora gaúcha, marcando os 30 anos de aniversário de sua morte. Elis Regina é, ainda hoje, considerada como a melhor cantora que o Brasil conheceu, inclusive por críticos nacionais e internacionais. Teve uma morte prematura, aos 36 anos, mas deixou uma obra marcante, personalizada, irretocável, fonte de referência para todos os cantores e músicos do mundo. Sua filha, a também cantora Maria Rita, envolveu-se no projeto, aceitando, pela primeira vez, o gigantesco desafio de interpretar músicas imortalizadas por Elis. Falar sobre a semelhança entre os timbres é chover no molhado. O que mais chamou a atenção de todos, especialmente a minha, foi a nova série de artifícios vocais e interpretativos utilizados pela cantora, no intuito de se honrar as dificílimas colocações vocais e rítmicas de Elis. E Maria Rita descobriu-se possuidora de mais técnica do que havia demonstrado, até então. Passeando pelo dificílimo repertório de Elis, Maria Rita demonstrou uma incrível segurança rítmica, além de vibratos mais bem colocados e uma voz mais potente, mais solta. O resultado final foi emocionante. Não porque possibilitou a comparação entre as cantoras, mãe e filha, mas por ter mostrado ao Brasil que Elis deixou uma seguidora. Os timbres, a técnica vocal, os gestos e o estilo são parecidíssimos, uma obviedade, em se tratando de mãe e filha. Mas Maria Rita tem suas próprias virtudes, que foram unicamente salientadas e explicitadas nesse show inesquecível.