quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

OS MISERÁVEIS. UM INQUIETANTE MERGULHO NA NOSSA ESSÊNCIA HUMANA.


VITOR HUGO

Ontem, fui assistir ao filme Os Miseráveis, baseado no musical homônimo, o qual, por sua vez, foi baseado na clássica obra do escritor francês Vitor Hugo. Antes de continuar minhas impressões pessoais, ressalto que o guia que relato abaixo foi retirado de fontes da internet, sobre o escritor, a Revolução Francesa e o musical Os Miseráveis.

Saí do cinema como quem leva um soco no estômago. Atordoado, meio sem equilíbrio. Aliás, essa reação sempre me acompanha, diante de obras artísticas de grande impacto, sejam filmes, peças, músicas, pinturas, livros ou esculturas.

O primeiro contato é meio estranho... afinal, não estamos acostumados com o tipo de cinema-musical. Soa meio europeu. Precisa de uma reprogramação mental, para que se possa apreciar a essência da obra. Praticamente todos os diálogos do filme são cantados! é isso mesmo... quase não há frases pronunciadas sem música. Um feito que, por si só, já torna a obra genial, dificílima, única.

Os atores são excepcionais. Cantam bem, mas, acima de tudo, são talentosíssimos na arte de representar. Levam o filme de uma forma fluente, constante, explorativa, progressiva.

A história, ambientada na França, traz aos nossos olhos a realidade daquela época, em tempos de Revolução Francesa. Muita pobreza, prostituição, ambição, desonestidade, corrupção, iniquidade, sujeira e hipocrisia (lembrou-se de algum país, caro leitor??? não é coincidência, estamos vivendo esta época, atualmente).

Os personagens são exatamente como nós. Procuram, acima de tudo, sobreviver. Uns, atendendo às necessidades basais, sejam as sexuais, sejam as alimentares, custe o que custar. Outros, misturam a fluida lama emocional e comportamental a sentimentos mais nobres, como o amor e o perdão.

A obra de Vitor Hugo é muito maior do que o musical ou do que o filme. Essa é a sensação que se tem, ao final da sessão. Dá vontade de ler o romance, para prescrutar a alma do escritor, que teve uma formação complexa e sofisticada, do ponto de vista intelectual.

Lamentavelmente, vivemos numa época de transição, em que não há tempo ou disposição para tais introspecções ou ilações, advindas de grandes pensadores da história. Ainda assim, recomendo esse filme, como forma de fomentar a sede pelos conhecimentos mais profundos, mais consistentes, para ver se as futuras gerações do Brasil possam, um dia, ter, pelo menos, um pouco de orgulho do que alguns de seus ascendentes fizeram ou pensaram por elas.


MATERIAL COMPLEMENTAR, OBTIDO NA INTERNET:



VICTOR-MARIE HUGO nasceu em Besançon, em 26 de fevereiro de 1802 e faleceu em Paris,  em 22 de maio de 1885. Foi um novelista, poeta, dramaturgo, ensaísta, artista, estadista e ativista pelos direitos humanos. Teve grande atuação política em seu país. É autor de Les Misérables e de Notre-Dame de Paris, entre diversas outras obras.

NOTA SOBRE “OS MISERÁVEIS” - Victor Hugo começou a planejar um grande romance sobre miséria e injustiça social no começo da década de 30, mas a obra só seria publicada em 1862. O escritor estava consciente da qualidade do livro. A editora belga Lacroix and Verboeckhoven realizou uma campanha de publicidade incomum para a época, emitindo notas à imprensa sobre o trabalho até seis meses antes do lançamento. Ademais, publicou inicialmente apenas a primeira parte da novela (Fantine), lançada simultaneamente em grandes cidades. Estoques inteiros do livro foram vendidos em dias, e a obra teve grande impacto sobre a sociedade francesa. A crítica francesa foi, em geral, hostil ao romance. Os Miseráveis, no entanto, mostraram-se populares junto às massas, e logo os temas abordados estavam em destaque na Assembleia Nacional da França. Hoje, a obra permanece como a mais popular, tendo sido adaptada para o cinema, a televisão, o teatro e para musicais.

NOTA SOBRE A REVOLUÇÃO FRANCESA - Revolução Francesa é o nome dado ao conjunto de acontecimentos que, entre cinco de maio de 1789 e nove de novembro de1799, alteraram o quadro político e social da França. Ela começa com a convocação dos Estados Gerais e a Queda da Bastilha e se encerra com o golpe de estado de Napoleão Bonaparte. Em causa estavam o Antigo Regime (Ancien Régime) e os privilégios do clero e da nobreza. Foi influenciada pelos ideais do Iluminismo e da Independência Americana (1776). Está entre as maiores revoluções da história da humanidade. A Revolução é considerada como o acontecimento que deu início à Idade Contemporânea. Aboliu a servidão e os direitos feudais e proclamou os princípios universais de "Liberdade, Igualdade e Fraternidade" (Liberté, Egalité, Fraternité), frase de autoria de Jean-Jacques Rousseau. Para a França, abriu-se em 1789 o longo período de convulsões políticas do século XIX, fazendo-a passar por várias repúblicas, uma ditadura, uma monarquia constitucional e dois impérios.

NOTA SOBRE O MUSICAL Les Misérables - também conhecido informalmente por Les Mis ou Les Miz, é um musical extraordinário, composto por Claude-Michel Schönberg em 1980, com libreto de Alain Boublil e letras de Herbert Kretzmer. É um dos musicais mais famosos e mais encenados pelo mundo. Baseado no romance épico francês Les Misérables, de Victor Hugo, o musical se passa na França do início do século XIX e acompanha as histórias entrelaçadas de um elenco personagens que lutam por redenção e pela revolução. Dessa trilha sonora, vencedora do Tony Award, se destacam canções como I Dreamed a Dream, cantada em solo pela personagem Fantine durante o primeiro ato. Diversos artistas gravaram versões dessa canção desde a premiere do musical, em outubro de 1985, incluindo Neil Diamond, Aretha Franklin, David Essex, e Michael Crawford. I Dreamed a Dream ressurgiu em popularidade em 2009, quando a escocesa Susan Boyle cantou a canção ao vivo em sua audição para um programa britânico de reality show, Britain's Got Talent.

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

LAÇOS COM O MAR

Foto: Dizem que uma imagem vale por mil palavras. Talvez nada me defina melhor do que um momento como esse. Uma profunda sensação de bem-estar, de harmonia, de simplicidade, de uma comunhão quântica com os elementos do planeta Terra.

A minha ligação com o mar não é só estética. É atávica. Junto ao mar, os elétrons pulsam mais forte, como se sentissem a ligação profunda e ancestral que une os seres humanos aos primeiros seres unicelulares que flutuavam nas águas primordiais, ainda que tal ligação esteja arrefecida pelo vento frio dos milênios. Mistérios que nossa mente vã não alcança, embora, fantasiosamente, possa tentar construir e ilustrar.

O PODER MALIGNO DO CONVENCIMENTO






Ontem, assisti a entrevista do pastor Silas Malafaia, em De Frente com Gabi. Tenho uma opinião: acredito que ele é ateu geral! estudou profundamente a Bíblia, para dela tirar os argumentos para alicerçar sua inegável capacidade oratória e o caminhão de bobagens que ele diz, mantendo a estrutura que suga dinheiro dos inocentes, dos que sofrem, da humanidade tão órfã, tão entregue à própria sorte, ao próprio destino. Com base na interpretação literal de um manuscrito milenar, escrito por homens comuns, Silas não deixa brechas, tem argumento para tudo (embora tenha-se revelado profundamente ignorante, quando às fundamentações neurofisiológicas, genéticas e hormonais que já explicam o comportamento sexual). Fica fácil estar bem argumentado, quando a fonte é sempre "a palavra", cuja interpretação é pessoal e manipulável. Ficaria difícil estar bem argumentado se a fonte de inspiração fosse o seu próprio pensamento, sua estrutura mental, sua cultura, seu aprendizado, seu caráter e sua ética. Porque cada um tem sua verdade, e nenhuma é absoluta. Ao comparar homossexuais com criminosos, traficantes e prostitutas, o pastor mostra o quanto é mesquinho, vil, pequeno e afastado do que se chamaria de "caridade". E o pior: mostra o quanto essas suas características de personalidade são insignificantes, quando o que está em jogo é montar e manter uma gigantesca empresa capitalista, que o fez milionário. Dos ventos do passado, o simples, humilde e filósofo (talvez o primeiro deles!) Jesus Cristo estaria desolado, ao ver o quanto sua pregação foi distorcida e usada como base para extorquir, roubar, mentir, discriminar e semear discórdia, ódio, rancor, sectarismo e ignorância entre os homens. A forma de um Deus em que acredito (parafraseando Gabi) sempre me afastou de todas as religiões, felizmente.