sexta-feira, 2 de dezembro de 2011

EM BUSCA DO LUGAR-COMUM


Seja fácil. Seja pouco profundo, seja extrovertido sempre.
Seja comum. Seja banal. Seja pouco transparente.
Seja mais um na rua ou numa mesa de bar. 
Seja o bobo da corte, com o maior orgulho.
Seja leviano, seja simplório, seja contemporâneo.
Seja pouco visível, observe pouco, prescrute menos ainda.
Seja previsível, não chore em público, reclame menos ainda.
Seja o que não perturba, o que não discute, o que não desafia.
Seja o pequeno, aceite a derrota, jamais questione.
Seja companheiro, se designado para tal.
Seja presente, exceto se só você precisar.
Seja intransigente, exclusivamente consigo próprio.
Seja crítico, exclusivamente quanto às suas palavras e atitudes.
Seja mudo, quando muitos outros falam.
Seja tagarela, se for do interesse comum.
Seja um eterno doar-se, sem cobrar retorno.
Seja perfeito. Não menos do que perfeito.


Talvez, assim, você encontre um lugar de aconchego no seio da sociedade.

3 comentários:

SÔNIA LIMA disse...

OW FÁBIO QUE LINDO É DE SUA AUTORIA? POSSO COPIAR?

Adriano Nascimento disse...

Bom ou ruim ser tudo isso? Para muitos, a maioria acredito, é natural e simples não ter ou usar dos próprios conceitos e tendencias, ser comum e assim se encaixar plenamente nos padrões sociais. Só que para alguns, tentar se encaixar seria o mesmo que colocar uma lâmpada embaixo da cama, puro desperdício de energia... Para outros, ainda fica a dúvida se vale a pena lutar pelo que se acredita. Mas enfim, todos tem seu papel nessa vida... Que cumpramos cada um o seu!

Anônimo disse...

Ser ou não ser

Essa dualidade do que esperam de nós e do que devemos ser vem desde os primórdios da história humanidade. Ser ou não ser é a inquietante questão! É muito difícil ser autêntico, verdadeiro, em uma sociedade que só valoriza a matéria, as aparências e a superficialidade nas relações. Prefiro ir na contramão dessas expectativas às avessas, na minha condição de eterna aprendiz. Permitindo-me errar, buscando os acertos, sendo eu mesma, com as devidas precauções. È assim que entendo o meu papel na vida, com todas as suas dores e delícias!

Sandra Medeiros - 04/11/2011