Lava a nossa alma, calmo rio.
Tira os grãos de pó-peso e os estrondos-lamentos.
Mistura em tua turbulência nossas incertezas
Inclui em teu volumoso corpo o nosso cansaço
Dilui nossas lágrimas, como gotas atirada ao mar.
Expõe a nossa alma, doce rio.
Mas não sê impassível, indolente, indiferente.
Traz um pouco de ti para dentro de nós
Não no que carreias para o longínquo litoral
Mas em tua sabedoria milenar de um curso só.
Ajuda a nossa alma, impávido rio.
Transfixa-nos com o frio de tuas moléculas
Que se fundam à nossa combalida matéria
Não no que trazes de restos decompostos,
Mas no adubo que levas à jusante.
Recolhe a nossa alma, cúmplice rio.
Popa-nos do escárnio de uma batalha perdida
Recolhe-nos antes à tua pertinaz escuridão
Até que nos sobre a tão sonhada paz
Que de ti desde sempre emanou.
7 comentários:
... Rogo a ti, a tua indomável natureza, purifica nossas errantes existências, da pérfida tibieza.
Rogo a ti, a tua indomável natureza, purifica nossas errantes existências, da pérfida tibieza.
Zandy
Fabio!Quanta poesia ,sensibilidade e beleza nestas palavras para o rio que segue seu curso e move a vida de tantos que dele sobrevivem.Grande abraço e obrigada por compartilhar essa poesia.
Amém!!
Lindo poema, a foto me lembrou uma de nossas "antigas" caminhadas, nela tinha um riacho como esse, otima recordação.
Valeu, Zandy! lindo comentário! obrigadíssimo, amiga Sonia! fico feliz por você ter gostado! valeu, velho Jaga! Obrigado, Márcia! sempre há caminhadas, pedaladas e congêneres na inspiração dos meus poemas!
Esse é meu queridíssimo amigo de alma poética e musical. Ele é o máximo! A música e a poesia andam de mãos dadas com ele!!
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